Advogados relatam defesa de presos políticos na ditadura

26 de julho de 2012 - 17:34

Ricardo Moreno / CMSP

A Comissão da Verdade Vladimir Herzog recebeu nesta quinta-feira advogados que atuaram durante o regime militar defendendo presos políticos. No escritório que mantiveram nesse período, Idibal Pivetta e Airton Soares tiveram mais de dois mil clientes, entre estudantes, militantes de partidos de esquerda e sindicalistas.

O vereador Natalini (PV), vice-presidente da Comissão, foi um dos atendidos pelos dois advogados até o seu julgamento, em 1972. Ele lembrou que foi absolvido, com a defesa oral escrita por Idibal e lida por Aírton. Eu pedi que eles viessem falar à Comissão com era fazer a defesa no Tribunal Militar, observou.

Os advogados ressaltaram que sua atuação também era vista como subversiva pelos militares. Nós corríamos muitos riscos. A maioria não queria se envolver. De todos os colegas em São Paulo, não passavam de 20 os que estavam dispostos a defender os presos políticos, afirmou Soares.

A atividade de Aírton e Idibal fez com que eles também fossem presos, e no caso de Pivetta, torturado. Tenho péssimas memórias da prisão, disse, destacando que a Justiça Militar enquadrava todos os presos na mesma situação, acusando todos de atentarem conta a Lei de Segurança. Dos 25 presos comigo no DOI-CODI, 16 eram meus clientes, apontou.

(26/07/2012 17h32)

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