CPI da Migração: participantes dizem que desafio é melhorar atendimento público

Por: - DA REDAÇÃO

18 de abril de 2017 - 16:37

Representantes de diferentes instituições que atendem imigrantes em São Paulo disseram que a falta de preparo dos profissionais dos serviços públicos é um dos desafios para quem chega a capital paulista vindo de outro país. Durante a reunião desta terça-feira (18/4) da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Migração, os participantes sugeriram que os trabalhadores tenham mais orientações para entender a situação dessa população.

Segundo a coordenadora do Centro de Referência para Refugiados e integrante da Cáritas Arquidiocesana de São Paulo, Maria Cristina Morelli, se houver um melhor atendimento aos imigrantes, eles conseguirão ter emprego e moradia.

“Os trabalhadores precisam ter mais entendimento sobre os costumes, idioma e as diferenças culturais dessas pessoas. Devem estar prontos para oferecer o melhor atendimento a quem está nessa situação”, propôs.

A Cáritas atendeu no ano passado uma média de 16 imigrantes, de diversos países como Angola, Congo, Nigéria e Síria, por dia. “Os serviços aos imigrantes devem ser pensados após a saída deles dos abrigos públicos”, disse Maria Cristina.

O integrante do Conselho Participativo do Butantã, Werner Regenthal, é imigrante alemão e elogiou os avanços das políticas públicas na capital paulista.

“As leis melhoraram bastante, o fato dos conselhos terem uma cadeira para imigrantes é uma grande conquista. Participar de eleições é algo fundamental e os políticos das esferas municipal, estadual e federal poderiam pensar em algumas mudanças na legislação”, disse.

A necessidade de divulgar informações aos imigrantes e aos profissionais dos serviços públicos foi um dos problemas apresentados pela coordenadora do Crai (Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes), Viviana Peña. De acordo com ela, a falta de divulgação das leis existentes faz com que muitas medidas não sejam cumpridas. “Estamos fazendo atendimentos itinerantes para que o conhecimento sobre os direitos dos imigrantes cheguem a todos”, contou.

A presidente da ONG Presença da América Latina, Oriana Jara, concordou com os problemas apresentados por todos os participantes e elogiou o trabalho da CPI.

“Capacitar os profissionais dos serviços públicos e respeitar os imigrantes é o começo de tudo. Precisamos ser sujeitos de direito para que possamos ser ouvidos, como está fazendo essa Comissão”, destacou.

Os vereadores da CPI consideraram fundamentais as sugestões apresentadas pelos participantes. “Eles contribuíram muito porque trabalham diretamente com os imigrantes. Queremos fazer um material colocando todos os pontos”, adiantou o relator Fábio Riva (PSDB).

O presidente da Comissão, vereador Eduardo Suplicy (PT), acrescentou que é fundamental ouvir o máximo de pessoas para que a CPI apresente propostas para melhorar as condições dos imigrantes. “Vamos encaminhar todas essas sugestões que estamos ouvindo para que São Paulo possa acolher da melhor maneira os imigrantes”, disse.

CPI 

A CPI da Migração foi instalada em fevereiro na Câmara Municipal de São Paulo com o objetivo de averiguar a política de migração e as medidas necessárias para aperfeiçoá-las.

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