Câmara no Seu Bairro: especulação imobiliária preocupa população de Santana

16 de abril de 2015 - 12:13

Da redação

O crescimento nos preços dos imóveis de Santana, Mandaqui e Tucuruvi nos últimos anos tem preocupado e até afugentado moradores e comerciantes. Os três distritos são administrados pela subprefeitura de Santana/ Tucuruvi, que será a próxima região a receber o programa Câmara no Seu Bairro.

Dos bairros do Mandaqui, Lauzane Paulista é um exemplo do crescimento nos preços dos imóveis. Com perfil predominantemente residencial e localizado próximo à Serra da Cantareira, o local se valorizou principalmente a partir de 2007, com a construção do Santana Parque Shopping. Perto dali, o bairro Horto Florestal vive a mesma situação e, como reflexo, possui muitas residências à venda ou para alugar.

A alta dos imóveis também tem atingido o comércio. Segundo o dono de boxes de cosméticos, José Júnior, pelo menos oito lojas fecharam na rua em que trabalha nos últimos meses. Isso ocorreu por conta da valorização da região somado à forte concorrência do Brás, no centro da cidade, e ao fraco crescimento econômico brasileiro dos últimos anos. “Na rua Voluntários da Pátria foram 15”, salienta o comerciante, que também se viu obrigado a fechar um dos seus boxes e demitir os funcionários.

“Tudo está caro. A inflação em geral fez os preços subirem e o povo está com medo de gastar com coisas “fúteis” para comprar comida, bebida”, afirmou a comerciante Anésia Soleiman. Ela trabalha no bairro há 12 anos e atualmente paga mais de R$ 2.500 no aluguel do seu imóvel.

De acordo com um levantamento da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio) e do Secovi-SP (Sindicato da Habitação de São Paulo), entre 2000 e 2006, o preço do metro quadrado em Santana valorizou 70%, passando de R$ 2.205,35 para R$ 3.735,45.

Leite de Morais

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Ponto final da linha de ônibus Itaim Bibi/Metrô Santana em frente ao comércio.                                                    Foto: Luiz França / CMSP

A rua Leite de Morais, em Santana, é um dos centros comerciais populares da região de Santana/Tucuruvi e há 50 anos abriga a loja de Rhala, uma libanesa que vive no Brasil há 55 anos. Ela é testemunha das profundas mudanças do bairro nas últimas décadas, sendo a mudança do ponto final da linha Itaim Bibi/ Metrô Santana de ônibus uma das últimas.

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José júnior, a esquerda e Renato possuem comércio próximo ao ponto final.                                                       Foto: Luiz França / CMSP

Alvo de reclamação dos comerciantes da rua, o ponto final não desagrada Rhala. Pelo contrário, ela acredita que com a mudança feita pela SPTrans, empresa que administra os ônibus da cidade, aumentou o número de clientes na sua loja, que vende de tudo um pouco, desde artigos para festas, como pratos descartáveis, decoração, até doces e bebidas.

Já Renato Ambrogi, que possui um box de cosméticos em uma galeria próxima à loja de Rhala, acredita que o ponto final da linha de ônibus só atrapalhou o comércio local. “O que matou Santana foi a retirada dos camelôs, que acabavam chamando cliente para o nosso box, para colocar esses ônibus. Teriam outras áreas para colocá-los!”

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