Vereadores aprovam projetos que tratam de servidores públicos

Por: MARCO CALEJO
HOME OFFICE

20 de outubro de 2021 - 22:23
Afonso Braga | REDE CÂMARA

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na Sessão Plenária desta quarta-feira (20/10) dois projetos de autoria do Executivo. As propostas, apreciadas em primeiro turno, versam sobre o funcionalismo público. O PL (Projeto de Lei) 651/2021 reorganiza cargos comissionados, e o PL 652/2021 atualiza o valor de benefícios.

O PL 651/2021 recebeu 32 votos favoráveis e 21 contrários. Já o PL 652/2021 foi aprovado com 42 votos favoráveis, seis contrários e cinco abstenções. 

Cargos comissionados

O Projeto de Lei propõe a reorganização dos cargos comissionados de direção, chefia e assessoramento da administração pública municipal direta. O Executivo explica no projeto que a iniciativa é necessária para tornar o serviço prestado à população mais eficiente e eficaz a fim de que os problemas públicos, considerados pela Prefeitura como “cada vez mais complexos”, sejam resolvidos. 

No texto, o PL menciona que o atual modelo não atende com “excelência e agilidade” aos desafios impostos à administração municipal. Diante do cenário apresentado, o projeto sugere a criação do “Quadro de Cargos em Comissão dos Órgãos da Administração Pública Municipal Direta” com a previsão dos “Cargos de Direção e Assessoramento”.

A matéria apresenta uma tabela com reajustes para determinados cargos comissionados e destaca ainda que o Projeto de Lei organizará a gestão dos cargos em comissão. O PL cita que a finalidade da proposta é constituir “uma nova estrutura de cargos mais justa, flexível e meritocrática, otimizando a gestão dos recursos disponíveis de modo que possam ser customizados com maior eficiência”.
Líder do governo na Câmara, o vereador Fabio Riva (PSDB) defendeu a proposta do Executivo. Para ele, é fundamental modernizar a gestão municipal e atualizar os salários dos funcionários que ocupam cargos de provimento ou são exercidos por servidores de carreira. 

“São pessoas que têm muitas responsabilidades, cuidam de contratos bilionários e ganham hoje R$ 5 mil. Então, a ideia é ter um salário condizente a esta responsabilidade e atrair inclusive os servidores para assumirem os cargos de chefia”, falou Riva. 

Outro parlamentar que votou a favor do PL foi o vereador Daniel Annenberg (PSDB). Com experiência de quase 30 anos no Poder Executivo, Annenberg relatou as dificuldades da administração pública para recrutar profissionais qualificados com salários abaixo do que é oferecido por empresas privadas. De acordo com o parlamentar, a proposta do governo tem o objetivo de atrair novos talentos. 

“Eu também sou a favor de ter menos cargos de confiança, mais cargos efetivos e melhores salários para todos os servidores. Mas, um projeto como esse é fundamental para que a coordenação e as chefias possam ganhar bem. Com isso, a gente consegue trazer muita gente boa para trabalhar na administração pública municipal”, disse Daniel Annenberg. 

Os vereadores e as vereadoras do PSOL votaram contra o Projeto de Lei. O líder do partido na Casa, vereador Professor Toninho Vespoli (PSOL), reconhece que alguns cargos comissionados são dignos de reajuste salarial devido à responsabilidade da função. “Para o subprefeito, um aumento de 22%, por exemplo, até que é razoável”. Em contrapartida, Vespoli considera “incoerente dar reajuste para cargos de chefia na administração, e o servidor público, no geral, o da base, não receber nada”. 

A bancada do PT também não concorda com o projeto apresentado pelo governo. Apesar de votar contra o PL, o vereador Senival Moura (PT) considera a proposta relevante. “De certa forma, valoriza o funcionário público”. No entanto, Senival criticou o texto por não contemplar a grande parte dos servidores municipais. “A crítica que temos é quando não atende todo o funcionalismo. Entendemos que este poderia ser o momento de atender esses funcionários ao menos com a inflação. Seria o justo”. 

Benefícios e gratificações

O outro projeto aprovado em Plenário atualiza o valor diário do Vale-Alimentação e do Auxílio-Refeição. Já em relação ao Vale-Alimentação, atualmente concedido aos servidores com remuneração bruta de até cinco salários-mínimos, terá o valor atualizado “de acordo com a situação remuneratória do servidor público”. A proposta também prevê a valorização da bolsa-estágio, além de temas relacionados às férias e à falta abonada dos servidores.  

O PL trata ainda da alteração, revalorização e instituição de gratificações, além da atualização das bases de cálculo para o pagamento dos adicionais de insalubridade e periculosidade. No texto, a Prefeitura também apresenta regras para aperfeiçoar a concessão da bonificação por resultados. “A principal melhoria apresentada neste projeto é que para a finalidade da Bonificação por Resultados sejam levadas em consideração também metas específicas para além do Programa de Metas, que apresentam metas mais abrangentes (nível de Secretaria) e formuladas logo no início de uma nova Gestão”.

Em nome do governo, o vereador Fabio Riva (PSDB) disse que a proposta também foi elaborada com o intuito de valorizar os servidores municipais e tornar o serviço público mais eficiente para atender à população da cidade de São Paulo. “A gente majora o valor do Vale-Alimentação e para aquelas unidades de saúde e de educação que estão em locais mais distantes, vai ter uma remuneração diferenciada para garantir que os profissionais fiquem nessas regiões. São vários aspectos importantes nesse projeto, como a questão da hora-extra e das férias”.

Os seis vereadores e vereadoras que compõem a bancada do PSOL votaram contra a proposta. O vereador Celso Giannazi (PSOL) justificou a decisão do partido e apontou as divergências. O vereador fez críticas aos itens que tratam da bonificação por resultados, das gratificações, das faltas abonadas e do Vale-Alimentação. “O Vale-Alimentação não corrige nem de perto a inflação dos últimos dez anos no município de São Paulo. É um valor irrisório. Com esse valor, o servidor não consegue se alimentar decentemente”.

A bancada do PT encaminhou voto favorável, com exceção da vereadora Juliana Cardoso (PT), que se absteve.  Também se abstiveram da votação a bancada do NOVO e o vereador Rubinho Nunes (PSL)

Próxima sessão

A próxima Sessão Plenária está convocada para esta quinta-feira (21/10), às 15h. A Câmara Municipal de São Paulo transmite a sessão, ao vivo, por meio do Portal da Câmara, no link Plenário 1º de Maio, do canal do Legislativo paulistano no YouTube e do canal 8.3 da TV aberta digital (TV Câmara São Paulo). 

A Sessão Plenária desta quarta-feira está disponível na íntegra neste link.

Outras notícias relacionadas